Passado nos anos 20, O Véu Pintado conta-nos a história de um jovem casal britânico - Walter, um médico da classe média e Kitty, uma mulher da alta sociedade - que casam pelas razões erradas e se mudam para Xangai, onde ela se apaixona por um outro homem. Quando Walter descobre que a mulher lhe é infiel, leva-a consigo para uma aldeia remota da China, devastada por uma mortífera epidemia, num acto de vingança. A sua viagem traz um novo significado à sua relação e à sua essência, num dos mais belos e remotos lugares ao cimo da Terra.
Se alguma vez já esteve sentada à frente do telefone a perguntar-se porque razão ele disse que ligava mas não liga, ou se não percebe o porquê dela não querer ir mais para a cama consigo, ou porque diabo a sua relação não avança para o nível seguinte… ele (ou ela) talvez não estejam mesmo nessa…
Baseado no popular dos argumentistas de “O Sexo e a Cidade”, Greg Behrendt e Liz Tuccillo, “Ele Não Está Assim Tão Interessado” conta a história cruzada de um grupo de vintões e trintões de Baltimore, enquanto estes navegam através das suas várias relações, desde o vazio da cena do engate até aos terrenos profundos mas escorregadios da vida marital, mas tentando sempre ler da melhor maneira os sinais que lhe são enviados pelo sexo oposto.
Numa realização discreta e elementar, Ken Kwapis transforma o que podia ser uma simples comédia romântica para ver num domingo à tarde, numa fantástica descoberta do amor, numa obra quase documental acerca dos bons e dos maus aspectos das relações amorosas e dos compromissos. O início do filme é uma espécie de curta-metragem genial, que nenhuma relação pessoal óbvia tem com o resto do filme, mas que funciona na perfeição como uma breve introdução para o tema que irá ser tratado ao longo da obra: o facto de ele estar ou não interessado nela. Os separadores utilizados para dividir os diversos aspectos do interesse do homem, ao longo do filme, são também marcos de comédia e do carácter educativo do filme.
Ele não está assim tão interessado conta com um elenco diversificado e brilhante, que por si só é um autêntico chamariz às salas de cinema. Surpreendentemente, o realizador optou por atribuir a dois dos actores mais desconhecidos, Ginnifer Goodwin e Justin Long, o par romântico mais influente na história do filme, o mais relevante devido aos diálogos geniais entre as duas personagens, acerca do amor. É um verdadeiro filme de personagens, que gira à volta dos pares românticos e das emoções provocadas pelo estado das suas relações.
O que tem de comédia, pode também ter de drama; o que tem de romance, tem decerto também de veracidade. É definitivamente um filme para ver com a cara-metade, mas não se iludam: no amor, tal como em tudo na vida, nem sempre as coisas correm como planeado, e nem sempre as pessoas acabam felizes para sempre. Há sempre excepções. Ou serão regras?