Blindness
2008
Uma cidade é devastada por uma epidemia instantânea de "cegueira branca". Face a este surto misterioso, os primeiros indivíduos a serem infectados são colocados pelas autoridades governamentais em quarentena, num hospital abandonado. Cada dia que passa aparecem mais pacientes, e esta recém-criada “sociedade de cegos” entra em colapso. Tudo piora quando um grupo de criminosos, mais poderoso fisicamente, se sobrepõe aos fracos, racionando-lhes a comida e cometendo actos horríveis. Há, porém, uma testemunha ocular a este pesadelo: uma mulher, cuja visão não foi afectada por esta praga, que acompanha o seu marido cego para o asilo. Ali, mantendo o seu segredo, ela guia sete desconhecidos que se tornam, na sua essência, numa família. Ela leva-os para fora da quarentena em direcção às ruas deprimentes da cidade, que viram todos os vestígios de uma civilização entrar em colapso. A viagem destes é plena de perigos, mas a mulher guia-os numa luta contra os piores desejos e fraquezas da raça humana, abrindo-lhes a porta para um novo mundo de esperança, onde a sua sobrevivência e redenção final reflectem a tenacidade do espírito humano.
Realização: Fernando Meirelles
Intérpretes:
Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga,Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh
Adaptação do livro
Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago,1995
a crítica
“Carregar o fardo de tão proeminente obra literária poderia ser fatal para a adaptação de Fernando Meirelles, ainda mais porque o realizador brasileiro andou literalmente a perseguir anos a fio José Saramago, para que este cedesse direitos e qualquer resultado que não fosse muito acima da média, seria rapidamente rotulado de fracasso. Ainda mais reservas se colocaram quando para o efeito, foram contratados actores que não atravessam grandes momentos como Julianne Moore, Danny Glover e mesmo o instável Mark Ruffalo capaz do bom, mas também do muito mau. Felizmente, toda a dimensão crítica e metafórica da obra do escritor português é preservada, através de uma ferocidade visual que equivale a um valente murro no estômago. As lágrimas de Saramago no visionamento privado ficam para a posteridade.”
Paulo Figueiredo, Cinema PTGate
“Um grande filme, um projecto muito ambicioso, uma verdadeira meditação sobre a nossa época, que não é de fácil fruição, mas que não vai deixar o espectador indiferente”
José Vieira Mendes, Premiere
“Em termos de cinematografia, a escrita do argumento é pobre e desinspirada, mas o trabalho de Meirelles agrava a situação ao não conseguir explorar a força dramática contida em certas situações e conflitos.”
Manuel Cintra Ferreira, Expresso
Do livro ao filme:
3/5